A velha Medina

Até que enfim fui a Medina! Vocês nem imaginam como estava louca para conhecer. Fomos eu, Marina, Lú e crianças. Primeiro passamos pela Green Square, praça onde são feitos os discursos presidenciais. Entramos pela porta principal .É muito interessante, um verdadeiro labirinto de ruas estreitas e muitas lojinhas. Tudo muito igual. Resolvemos não entrar muito, pois poderíamos nos perder. É um mercado muito diversificado, tem roupas, sapatos, relógios, cerâmicas, objetos antigos e recentes, ouro, jóias, pedras e pérolas. Estou apaixonada com as pérolas. Elas são colocadas em fios e depois que escolhemos eles pesam e montam o colar. O formato das pérolas são irregulares, e foi o que mais me atraiu. Tem tantas jóias em ouro, prata e elas são tão grandes e com tantas pedras que parecem artificiais. O povo, o comércio ,as ruas estreitas tudo foi me envolvendo, me sentia no passado, dentro do livro de história. Minha vontade foi de ficar por lá vendo cada detalhe deste mundo tão diferente e distante do meu. Vou voltar muitas vezes! As fotos ficam para a próxima.

Olhem só que ruela mais linda!

O Arco de Marco Aurélio

A cidade

Passeando pela cidade resolvemos conhecer o famoso Arco de Marco Aurélio. Paramos para tirar algumas fotos. Tem detalhes muito interessantes como símbolos mitológicos com leões alados com cabeça de águia. A lado tem um restaurante lindo que estava fechado. Fiquei apaixonada com uma ruela que chega na Velha Medina mercado onde há roupas, objetos antigos, jóias, cerâmicas, etc. As fotos não ficaram boas, pretendo voltar lá, principalmente para conhecer o restaurante. Depois passamos por várias mesquitas, cada uma com detalhes diferentes. Quando passeio por Trípoli me vem uma lembrança muito forte de Salvador, até agora não descobri o porque.

Família no aeroporto de Londres esperando a hora

de embarcar para Trípoli

Sabratha

Já na sexta, mal tinhamos chegado, fizemos nosso primeiro passeio turístico. A sexta feira daqui é como se fosse o nosso domingo,dia do descanso,de ir a mesquita,de ficar e passear com a família. No sábado ao contrário do nosso,eles descansam na parte da manhã e começam a trabalhar no final da tarde. Domingo aqui, é um dia normal como todos os outros.
Bem daí fomos conhecer as ruínas de Sabratha,antiga cidade que fica aproximadamente a 60km de Trípoli.Fiquei conhecendo o Dárcio, a Lú e seus dois meninos. Foi muito bom. A Lú é muito divertida e rimos o tempo todo. Fiquei decepcionada com o museu de Sabratha, pois somente visitamos duas sala com peças arqueológicas, as outras estavam fechadas. Dentro das ruínas fiquei me imaginando vivendo naquela época! Só não queria ser mulher... ia ser bravo. Quando cheguei ao antigo teatro lembrei muito da Aline(minha afilhada). Na volta procuramos as falésias mas somente o que vimos foi este mar azul e maravilhoso que ainda não botei meus pés. Gostaria muito de falar mais sobre Sabratha, mas as informações que obtive são divergentes.

No Brasil, nas minhas buscas pela internete fiquei conhecendo o blog de uma brasileira que mora em Trípoli. Resolvi entrar em contato, me apresentei e daí nasceu minha primeira amizade em Trípoli. Ela, a Cecília só faltou me carregar no colo. Me levou a vários lugares, me passou dicas, fizemos compras para casa, conheci restaurantes, enfim foi e é a gentileza em pessoa. Aliás, não posso deixar de comentar sobre o seu marido Flávio, um verdadeiro cavalheiro.

Procurando restaurante

Corajosas, de braços dados e cabeça erguida eu e Marina caminhamos entre buzinas, risadinhas e comentários em árabe. Enfim avistamos uma lanchonete Mo´men the sandwich company. O cardápio vem escrito em árabe e inglês. O sanduiche é enorme. O gerente foi nos receber e fomos muto bem atendidas. A Mo´men é a maior rede de fast food do Egito. Voltando para casa paramos numa sorveteria que tem uma raspadinha de frutas vermelhas maravilhosa. Uma coisa aprendi neste dia: se eu não ousar ficarei todos os meus dias dentro de casa me alimentando dos "rótulos" que me foram passados.

No dia seguinte...

No dia seguinte acordei totalmente descansada e curiosa por conhecer o dia a dia das pessoas. Tinham me informado que não era comum as mulheres andarem sozinhas pela rua. Fiquei bastante insegura se deveria ou não me arriscar. Da varanda de minha casa observei o movimento. Minha casa fica na av. mais badalada de Trípoli. O comercio só abre depois das dez, mesmo assim não são todas as lojas que abrem. Depois fecham para o almoço e só reabrem lá pelas 5 horas da tarde. Neste horário notei que haviam mulheres na rua. Aproveitei o dia para desfazer as malas e colocar tudo em ordem. No dia seguinte levantei decidida a dar um passeio próximo a minha casa. Procurei vestir o mais discreta possível pois de forma alguma quero agredir os costumes e valores das pessoas daqui. Não adiantou muito, as pessoas paravam para olhar. Consegui andar uns tres quarteirões e entrei em uma quitanda. Aproveitei para fazer umas comprinhas. Eu e Marina fomos o centro das atenções. Mesmo não falando árabe consegui me comunicar . Para meu primeiro dia foi muito bom. ´Famintas fomos procurar um restaurante.

Chegando em Trípoli

Apaixonada por viagens nao consigo parar de olhar e querer conhecer cada detalhe. Já no voo Londres/Trípoli senti a diferença cultural. Mulheres vestidas de preto, lenços na cabeça e muita maquiagem. A língua? Uma confusão, a primeira impressão que tive era de uma discussão. Começei a observar um casal com dois filhos pequenos. A mulher tinha um rosto lindo e muito bem maquiado. Na mão muitos aneis com pedras e brilhos. Ela era muito novinha e parecia muito feliz.
No aeroporto tinha um carro nos esperando, fomos direto para a nova casa. Pelo caminho fui observando a cidade, sua arquitetura, as praças e as pessoas. Finalmente chegamos em casa. A entrada tem uma área que serve de garagem e uma escadaria com vasos e plantas de cada lado. Muito lindo e acolhedor. A casa tem tres salas grandes, disseram-me que uma é a sala dos homens. A cozinha é muito grande e clara e tem uma porta que dá para uma varanda. Já imagino esta varanda cheia de plantas. Enfim, cheguei.

Aposto que já estavam pensando que não iria escrever "nunca"!Mas a verdade é que "nunca" me sobra tempo, traduzindo: somente ando e sou super enrolada. Acho que são coisas da velhice. "Nunca" termino o que começo, porque esqueço o que começei e vai daí por adiante.....Acho que através do blog ficará mais fácil falar um pouquinho de tudo.

Criar um blog é muito fácil, difícil é começar a postar.Foi necessário um empurrãozinho. Recebi um e-mail que dizia o seguinte: "Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar e principalmente viver"

(Dalai Lama)

Daí hoje é o dia certo para eu começar!